Poucos cineastas contemporâneos possuem um estilo tão único quanto Baz Luhrmann. O diretor de “Moulin Rouge” e “Elvis” é conhecido por uma estética vibrante e frenética, aproveitando ao máximo a liberdade do cenário cinematográfico. Antes de explorar o relacionamento tóxico entre Elvis Presley e o Coronel Tom Parker, Luhrmann adaptou um clássico da literatura americana: “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald.

Ambientado nos loucos anos 20, o filme conta a história do excêntrico milionário Jay Gatsby, dono de uma suntuosa mansão e anfitrião de festas de proporções babilônicas. O longa explora sua amizade com o escritor Nick Carraway, seu romance com a bela Daisy Buchanan, e sua ascensão e queda. A versão mais recente de “O Grande Gatsby” também aborda a corrupção por trás do brilho da Era do Jazz, as diversas infidelidades e o poder do dinheiro sobre a moral.

Como em outros projetos de Luhrmann, o filme é um espetáculo a ser vivenciado: as suntuosas festas regadas a álcool e ao som de “Rhapsody in Blue” são interativas e vivas nos mínimos detalhes. A edição rápida e frenética nas cenas com o automóvel amarelo lembra uma perseguição policial. A integração de músicas clássicas de Beyoncé e Amy Winehouse acrescenta um toque de modernidade a esta adaptação.

Indicado e vencedor nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte no 86º Academy Awards, o filme cria uma atmosfera perfeita para os fãs do livro e da época retratada, sem medo de mostrar que os avanços em velocidade relâmpago de Manhattan tinham seus lados negativos, repletos de pobreza e fuligem.

O elenco de peso cintila em meio a penteados de melindrosas e ternos bem cortados. Leonardo DiCaprio interpreta Jay Gatsby em uma de suas melhores performances, com Tobey Maguire assumindo o papel de coadjuvante. Carey Mulligan é responsável por dar vida à bela Daisy Buchanan, e Elizabeth Debicki, anos antes de encantar a todos com sua interpretação da princesa Diana, rouba a cena em todos os momentos em que sua personagem, Jordan Baker, aparece.

Lana Del Rey é responsável pela música original do filme: “Young and Beautiful” embala momentos delicados entre os protagonistas e carrega a melancolia característica da cantora. Jay-Z assinou a produção da trilha sonora, que mistura o contemporâneo com o estilo irreverente da década de 1920.

Longe de ser a versão definitiva do clássico de F. Scott Fitzgerald, “O Grande Gatsby” de Baz Luhrmann encanta e apresenta uma geração inteira a uma obra-prima da literatura. Seja em meio às cenas freneticamente editadas em um automóvel amarelo ou em uma das ilustres festas de Gatsby, o filme permanece com você mesmo depois de assisti-lo.