No Grammy de 2024, Taylor Swift ganhou o prêmio de “Álbum do Ano” e anunciou sua 11ª obra. No entanto, o público olhava para a mulher que a havia chamado ao palco momentos antes. A mulher em questão era Celine Dion, em uma de suas raras aparições após o diagnóstico de Síndrome da Pessoa Rígida.
Céline Dion é uma das cantoras mais bem-sucedidas e reconhecidas mundialmente. Sua carreira começou a decolar entre os anos 1980 e 1990, época em que lançou seu primeiro álbum em inglês, “Unison”, marcando sua entrada no mercado internacional. No entanto, foi seu álbum de 1996, “Falling into You”, que consolidou seu status como superestrela global, ganhando dois prêmios Grammy, incluindo Álbum do Ano.
A caçula de 14 irmãos talvez seja mais conhecida por sua canção “My Heart Will Go On”, do filme “Titanic” (1997), um sucesso mundial que lhe rendeu um Oscar e um Grammy. Ao longo de sua carreira, Céline Dion vendeu mais de 200 milhões de discos em todo o mundo, ganhou numerosos prêmios, incluindo cinco Grammy, e foi homenageada com diversos prêmios honorários.
Em 2022, a cantora anunciou o cancelamento de todos os shows programados para o ano devido a problemas de saúde. Em dezembro do mesmo ano, a canadense revelou que havia sido diagnosticada com uma rara doença neurológica conhecida como “Síndrome da Pessoa Rígida”, que faz com que o corpo do paciente produza anticorpos que atacam células nervosas na medula espinhal, responsáveis pelo controle muscular. Esse ataque prejudica o equilíbrio entre contração e relaxamento muscular, resultando em espasmos, convulsões e rigidez.
Procurando contar seu lado da história, Dion produziu o documentário “I Am: Celine Dion”, no qual reconta sua vida, carreira e as dificuldades criadas pela doença. Disponível no Amazon Prime, a produção mostra o lado vulnerável de uma superestrela do pop.
O documentário mostra diferentes lados da vida pública de Céline Dion, como quando canta com ídolos ou participa de brincadeiras em talk shows. Revela também como sua carreira foi gradualmente consumida pela doença, que já dava sinais sutis de sua presença desde o início dos anos 2000. Diferente de outros documentários de estrelas do pop, onde a vulnerabilidade é apenas sugerida por textos de figuras imaculadas e pouco transmitida na tela, “I Am: Céline Dion” é um retrato cru que não tem medo de mostrar o quão baixo a estrela pode chegar.
Desde um galpão lotado de memórias de suas performances até o relacionamento com seus filhos após a morte de René Angélil, o filme explora as diferentes camadas da vida de Céline, explicitando sempre o quão fundamental a música é para ela e o sofrimento que é não poder trabalhar nessa área como antigamente. O filme intercala cenas de Dion com seus filhos, seu cachorro e especialistas que tratam sua Síndrome, criando um paralelo entre sua vida privada e a imagem pública que o mundo conhece.
O documentário procura aumentar o conhecimento sobre esta síndrome e seus tratamentos, além de traçar uma narrativa íntima do dia a dia de Dion com essa cruz que carrega. Com cenas dela em seu auge intercaladas com momentos em que é incapaz de atingir algumas notas, esse é um dos registros mais vulneráveis de uma estrela. Apesar de tudo, Céline Dion está determinada a retornar aos palcos de qualquer maneira, colocando sua recuperação como objetivo principal.