Jon M. Chu é um dos diretores mais promissores da atualidade. Após sua estreia em Hollywood, Chu foi vinculado à adaptação de três musicais de sucesso, incluindo a aguardada versão cinematográfica de “Wicked” e, mais recentemente, foi anunciado como diretor do filme biográfico de Britney Spears. Jon M. Chu também foi responsável por colocar Michelle Yeoh sob os holofotes da Hollywood da década de 2020, o que eventualmente lhe rendeu um Oscar. O filme que destacou Chu como um dos diretores mais promissores da década de 2020 foi o subestimado “Crazy Rich Asians”.

Rachel Chu, uma professora de economia da NYU de ascendência chinesa, se prepara para conhecer a família de seu namorado, Nick Young, em uma viagem a Cingapura. Rachel não esperava descobrir que Nick era herdeiro de uma das famílias mais ricas da Ásia, sendo descrito durante o filme como “podre de rico”. Chegando a Cingapura, Rachel conhece Eleanor Young, a controladora e tradicional mãe de Nick, além de outros membros da família Young e seu estilo de vida extremamente luxuoso, contrastando com sua criação na classe média americana.

O filme de Chu nos transporta para um mundo de incrível opulência e modernidade, em contraste com personagens enraizados na tradição oriental. A família e seu papel no desenvolvimento individual são temas centrais do filme, explorando como diferentes métodos de criação influenciam – ou não – nossas relações com o mundo. O tratamento de pessoas baseado em status social é frequentemente retratado, com embates calorosos entre a americana Rachel, que prosperou graças a seus próprios esforços, e a chinesa Eleanor, apegada a décadas de tradição.

A opulência de Cingapura transmitida em tela é um dos aspectos mais chamativos do filme: mansões exuberantes mostram a discrepância entre o comum e os “podres de ricos”, respeitando a cultura oriental, sua narrativa visual e suas tradições. Desde uma cena de um casamento artístico até montagens ao som de um cover de “Material Girl”, o filme é rico e belo.

Embora cometa alguns dos mesmos erros de “Memórias de uma Gueixa“, “Crazy Rich Asians” serviu como uma renascença para muitos atores de origem asiática. Ke Huy Quan, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, atribui seu retorno à atuação ao sucesso de um filme com um elenco majoritariamente asiático. Michelle Yeoh, Constance Wu e Gemma Chan se destacam com atuações sutis e poderosas; o filme de Jon M. Chu também ajudou a lançar a carreira cômica de Awkwafina.

Com muitos projetos derivados em desenvolvimento e um diretor em ascensão, “Crazy Rich Asians” é um filme consistente, divertido e reflexivo, muitas vezes subestimado em relação a outros lançamentos da mesma época. O longa nos lembra que integridade e respeito são tão valiosos quanto joias, e que a maior riqueza do mundo não pode substituí-los.

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