Agatha All Along é um spin-off da série WandaVision (2021), lançado em 2024, que explora os eventos posteriores à queda do hex e à morte da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen). Contudo, há um plot-twist interessante: a série coloca Agatha Harkness no papel principal, nossa vilã adorada da produção original, agora em uma busca incessante por poder. Ela conta com uma companhia inusitada: um adolescente gay, intrometido e sem nome, cuja missão é clara—trazer caos (se é que me entendem) enquanto persegue algo específico: o lendário caminho das bruxas (the witches road). Unidos, os dois partem em busca de um coven e de uma jornada que promete nada menos do que a glória.
Ao contrário das produções anteriores da Marvel, Agatha All Along conta com o menor orçamento já visto em uma série do estúdio. No entanto, longe de ser um problema, essa restrição pareceu contribuir para o sucesso do projeto, especialmente ao recorrer a efeitos práticos e contar com um elenco de peso. Com nomes como Kathryn Hahn, Joe Locke, Debra Jo Rupp, Aubrey Plaza, Sasheer Zamata, Ali Ahn, Okwui Okpokwasili e Patti LuPone, a série investe em uma narrativa coesa, divertida e incrivelmente cativante. Em vez de priorizar efeitos visuais e ação desenfreada, o foco está em uma história bem construída e no talento extraordinário do elenco para dar vida a essa produção.
Confesso, não esperava muito, mas acredito que muitos concordam quando afirmo que Agatha All Along é uma das melhores produções da Marvel desde WandaVision. A estética, o roteiro, a trilha sonora e, claro, as atuações são pontos altos da série. Embora nem todas as revelações sejam surpreendentes, a narrativa oferece vislumbres interessantes ao longo dos episódios (e, sim, o vazamento da Funko deu alguns spoilers), conseguindo até apresentar histórias secundárias sem precisar explicitar.
Um dos destaques é a introdução do Wiccano no MCU, feita de forma oficial e estratégica. A interpretação de Agatha Harkness foi tão bem executada que, confesso, reacendeu a esperança de um futuro promissor para o MCU. Colocar Billy como um adolescente gay manipulador e sarcástico foi uma escolha acertada, e ver Joe Locke no traje do herói foi o ápice (SLAY QUEEN, SLAAAAY!).
A série parece ter tudo o que faltava no MCU nos últimos anos: romance proibido, personagens gays audaciosos, Patti LuPone, música viciante e um toque de bruxaria pesada. Essa combinação, de fato, criou uma obra saborosa e original. Além disso, temos a concretização do ditado “ninguém pode com uma gay e uma loira” (neste caso, grisalha, mas potato, potato).
Espero sinceramente que o MCU continue investindo neste projeto místico iniciado por Wanda, mas mantendo o tom irreverente e cativante de Agatha All Along.