Diz a lenda que, quando Diana Spencer iniciou seu noivado com o então príncipe Charles de Gales, um de seus presentes foi uma biografia da Rainha Alexandra, consorte do Rei Eduardo VII e nora da Rainha Vitória. Alexandra foi uma figura moderna para a época, mais popular que seu marido e sua sogra, e enfrentou diversas tristezas ao longo da vida. Sua existência foi uma tapeçaria tecida com fios de nobreza, compaixão e serviço público, marcando diferenças fundamentais na história da monarquia britânica e deixando um legado que atravessou gerações da realeza.

Nascida como Alexandra Caroline Marie Charlotte Louise Julia em 1º de dezembro de 1844, em Copenhague, Dinamarca, ela era a filha mais velha do príncipe Christian de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg e da princesa Louise de Hesse-Cassel. Sua família tinha fortes ligações com outras casas reais europeias, o que moldou desde cedo seu destino dentro da aristocracia.

Na juventude, a princesa revelou ser parcialmente surda, um dos primeiros de vários problemas de saúde que enfrentaria ao longo de sua vida.

“Alix” teve um papel fundamental nas alianças políticas entre a Inglaterra e outros países, sendo cobiçada por Victoria e Albert como candidata a consorte do então Príncipe de Gales. A vida de Alexandra mudou para sempre quando ela se casou com o Príncipe de Gales, Albert Edward, em 1863. Seu casamento, que durou décadas, foi marcado por uma profunda conexão com o povo, constantes adaptações e infidelidades do marido.

Bertie teve inúmeras amantes, incluindo a mãe de Winston Churchill e a bisavó de Camila Parker Bowles. Alexandra, ciente dos muitos casos do marido, os aceitava e passou a lidar com eles com desdém, desde afirmações cômicas até a concentração em suas responsabilidades públicas e familiares. Apesar de tudo, a princesa de Gales mantinha um relacionamento estável e respeitoso com o marido.

Assim como a atual Princesa de Gales, Catherine, Alexandra era entusiasta da recém-criada fotografia, na qual registrava momentos de descontração no início do século XIX e foi precursora em métodos de restauração. Com a audição se deteriorando, Alexandra encontrou maneiras de continuar seus serviços, aprendendo a ler lábios. Seu estilo, com gargantilhas e colares de pérolas, servia para esconder cicatrizes, mas também inspirou a moda do fim da era vitoriana. 

Com a ascensão de Edward VII ao trono em 1901, Alexandra se tornou oficialmente a Rainha Consorte do Reino Unido e dos domínios britânicos, sendo coroada em uma suntuosa cerimônia em 1902. Durante seu reinado, ela desempenhou um papel crucial como embaixadora da caridade e dos serviços sociais na Inglaterra do início do século XX. Sua presença em instituições de caridade e hospitais, onde dedicava seu tempo para ajudar os menos afortunados, a tornou muito querida pelo povo britânico.

Após a morte de Edward VII em 1910, Alexandra passou seus últimos anos dedicada à família e a causas beneficentes, mantendo uma aparência jovial na velhice. Durante a Primeira Guerra Mundial, Alexandra manteve uma postura anti-germânica, especialmente em relação ao seu sobrinho, o Kaiser Wilhelm da Alemanha. Sua morte em 1925 foi lamentada não apenas pela família real, mas por todo o país, que perdeu uma de suas figuras mais queridas e respeitadas.

O legado de Alexandra continua vivo até hoje, mesmo que seu nome esteja reservado principalmente aos livros de história. Servindo como uma contraparte vitoriana para Diana e Kate, Alexandra encapsulou elegância e respeito na Família Real Britânica, com sua influência abrangendo muitas gerações de consortes que vieram depois.   

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