O clássico melancólico das sessões da tarde, “Beleza Negra”, completa trinta anos em 2024, mantendo sua atemporalidade e importância. Baseado no único trabalho publicado de Anna Sewell, o filme acompanha a vida do cavalo Beleza Negra, desde os verdes pastos do interior da Inglaterra até as poluídas ruas da Londres Vitoriana. Emocionante e sensível, “Black Beauty” promove a reflexão sobre o tratamento desses animais e sua relação com diferentes tipos de donos.

Carinhosamente batizado de Black Beauty por causa de sua pelagem escura, este cavalo vivia uma vida tranquila em uma propriedade aristocrática do século XIX com alguns outros animais, em particular uma égua alazã chamada Ginger. Quando seus donos originais são substituídos por uma família nobre e esnobe, Beauty começa uma jornada árdua onde experimenta em primeira mão – ou, melhor dizendo, primeiro casco – diferentes facetas do ser humano, sua bondade e sua maldade.

Narrado em primeira pessoa, o projeto estava longe de ser a primeira adaptação de “A Autobiografia de um Cavalo”, mas é uma das produções mais significativas, explorando a história de maneira delicada e trágica. Descendente de War Admiral, campeão das corridas, o garanhão Doc Keeping Time dá vida ao protagonista de grandes olhos escuros, demonstrando alegria e melancolia com um simples levantar de cabeça.

Como sua versão literária, o filme procura expor as diferentes formas pelas quais os diversos tipos de cavalos passaram durante o século XIX, desde as carruagens dos aristocratas até os táxis de Londres. Sob uma perspectiva única, reconhecemos o que pode ou não ser mudado em relação a isso. O longa também busca expor aspectos como a diferença de classes, as políticas da segunda metade do século XIX e a vasta pobreza da capital britânica.

Vencedor do Tony por seu papel de mestre de cerimônias no revival de “Cabaret”, Alan Cumming dá voz a Black Beauty em uma narração calma que percorre os altos e baixos do cavalo. Fãs de Game of Thrones, Harry Potter e Downton Abbey podem se surpreender com a presença de algumas aparições pontuais durante a duração do clássico.

Conseguindo atingir diferentes tipos de sentimentos, “Beleza Negra” continua a ser um clássico atemporal que trata com respeito uma criatura tão majestosa. Mesmo depois de trinta anos, o “Beleza Negra” de Caroline Thompson é a versão definitiva da história de Anna Sewell, sem medo de mostrar o quão árdua a vida de um garanhão ou uma égua pode ser.