Julieta Capuleto, protagonista da trágica peça de William Shakespeare Romeu e Julieta, é considerada a patrona dos apaixonados, apesar de sua própria história ter um final infeliz. Sua casa, em Verona, tornou-se um ponto de peregrinação para casais românticos, onde aqueles que buscam amor deixam cartas endereçadas à personagem, frequentemente respondidas por suas “secretarias”. Essas correspondências, que datam da década de 1930, são o foco de Cartas para Julieta, um filme romântico lançado em 2010.
A trama acompanha Sophie Hall, uma jovem escritora que viaja com seu noivo, Victor, para Verona. Enquanto Victor se dedica a seus projetos culinários e à busca de fornecedores para seu restaurante, Sophie explora a rica cultura local e descobre o grupo das “Secretárias de Julieta”. Em meio a essa experiência, ela encontra uma carta escrita décadas antes por Claire Smith, uma adolescente britânica à época. Após responder à carta, Sophie inicia uma jornada emocionante ao lado de Claire, agora uma idosa, e de seu neto pragmático e cínico, Charlie, em busca do amor perdido de Claire nas colinas da Toscana.
Com uma narrativa leve e envolvente, ambientada na charmosa paisagem toscana, Cartas para Julieta emociona ao explorar as nuances do amor diante do tempo e da distância. Claire, apesar de ter construído uma vida e família na Inglaterra, nunca esqueceu seu breve, mas marcante romance de verão. Sua história não apenas inspira Sophie a seguir o próprio coração, mas também reforça a ligação entre a jovem escritora e o simbolismo eterno de Julieta Capuleto.
O filme se destaca pelo elenco talentoso, com nomes como Gael García Bernal e Franco Nero, mas é na atuação de Amanda Seyfried e Vanessa Redgrave que a obra encontra seu coração. Seyfried brilha como a romântica idealista; transformando sua aventura em material para seus textos, enquanto Redgrave traz profundidade e emoção a um papel raro para sua faixa etária. A relação entre Sophie e Claire evolui de maneira genuína, criando uma conexão que cativa o público.
Cartas para Julieta é mais do que uma história de amor; é uma celebração das segundas chances, da coragem de reviver o passado e do poder transformador de acreditar nos próprios sentimentos. Um filme que, ao mesmo tempo que nos faz sorrir, nos lembra de que o amor, em suas diferentes formas, nunca sai de cena.