Emily Gale está profundamente preocupada com sua sobrinha, Dorothy. A menina não para de falar sobre um mundo imaginário chamado Oz. Desesperada, Emily decide interná-la em um hospital psiquiátrico, onde um médico e sua sádica enfermeira veem na criança a oportunidade perfeita para testar uma nova máquina de eletrochoque. Durante uma tempestade, Dorothy consegue fugir da instituição e se encontra novamente na terra da estrada de tijolos amarelos. Porém, tudo está muito diferente do país que ela conheceu após destruir a Bruxa Má do Oeste. Agora, com a ajuda de personagens mecânicos e de sua galinha, Bilina, Dorothy precisa salvar o mundo encantado do total esquecimento.

Produzido pela Disney nos sombrios anos 1980, o filme foi uma tentativa de realizar o sonho de Walt Disney: adaptar os livros da série de L. Frank Baum. A produção, que une elementos dos livros originais e da adaptação cinematográfica mais famosa, se destaca em um período em que o cinema infanto-juvenil muitas vezes apresentava temas assustadores para os espectadores mais sensíveis. A inclusão de Dorothy em um hospital psiquiátrico e sua interação com a máquina de eletrochoque estão entre as cenas mais desconfortáveis do filme.

O mundo de Oz, ao qual Dorothy retorna, não é mais acolhedor. A estrada de tijolos amarelos e a Cidade das Esmeraldas estão em ruínas; todos os seus habitantes, exceto pelas pessoas mecânicas e artificiais, foram transformados em pedra. Criaturas diabólicas guardam a Cidade das Esmeraldas, aterrorizando qualquer um que se atreva a se aproximar, sob as ordens de uma entidade maligna conhecida como Rei Nomo. A Bruxa Mombi, com seu salão de cabeças decapitadas, é outro obstáculo aterrorizante para a incomum trupe que tenta salvar o mundo destruído.

Enquanto a ambientação colorida e as músicas contagiantes fazem de “O Mágico de Oz” um filme para toda a família, seu sucessor espiritual, “Return to Oz”, expande o mundo de Oz com uma fidelidade maior aos livros e uma tensão que pode impactar os espectadores mais jovens. O filme é uma excelente introdução ao gênero fantasia e, em certa medida, ao suspense.

Seguindo os padrões de produção dos anos 1980, o filme faz uso de muitos efeitos práticos que ajudam a criar uma atmosfera distópica e fantástica. Animatrônicos, pessoas em trajes elaborados e cenas geradas em stop motion dão vida ao universo de Baum, conferindo ao filme uma identidade visual única. Para completar, a Disney pagou à MGM pelos direitos de uso dos icônicos sapatos de rubi – prateados nos livros – para integrar a história.

Embora o filme não tenha sido bem recebido por críticos e espectadores na época, “Return to Oz” se tornou um clássico cult, tanto por seus avanços técnicos quanto por sua atmosfera mais madura em um mundo geralmente considerado “infanto-juvenil”. Apesar de não ter alcançado a popularidade de “O Mágico de Oz” ou “Wicked”, “Return to Oz” é uma adição bem-vinda ao universo de Oz no cinema, lembrando-nos que o medo é natural, seja no mundo real ou em um mundo fantástico. 

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