O anúncio da animação musical ‘Wish’ na D23 de 2022 causou alvoroço entre os presentes no evento. A animação original pretendia ser a principal homenagem à Walt Disney Company no ano de seu centenário, com potencial para se tornar um clássico.
Ambientado no pequeno reino mediterrâneo de Rosas, “Wish” narra a história de Asha, uma jovem extrovertida, que, ao fazer um pedido aos céus, recebe uma resposta inesperada. Com a ajuda de personagens coloridos e de uma Estrela, ela parte em uma missão para salvar os desejos de seu lar do egocêntrico Rei Magnífico.
Em um momento em que ideias originais da Disney Animation Studios se tornam cada vez mais raras, o filme parece inofensivo, repleto de easter-eggs e com a mensagem principal centrada em realizar desejos e o processo para tal. No entanto, em uma fase pós-‘Frozen’ e ‘Encanto’, questiona-se se um roteiro seguro e conformado, com referências incontáveis a filmes superiores pode realmente satisfazer a audiência.
O processo criativo, liderado por nomes como Jennifer Lee e Chris Buck – diretores do maior sucesso moderno do estúdio, ‘Frozen’ – é decepcionante. Embora algumas músicas se destaquem, a falta de conhecimento de cinema musical da compositora Julia Michaels é evidente, ao tentar imitar o estilo de Lin Manuel Miranda, o mais recente favorito da casa do rato.
O estilo de animação diferenciado, inspirado em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, confere ao reino de Rosas uma atmosfera de fábula. A dublagem e a performance musical, tanto na versão nacional quanto internacional são um dos maiores acertos do filme, conseguindo salvar duas ou três músicas medíocres.
Pode ser que, em uma década, “Wish” seja considerado um clássico incompreendido ou uma alternativa para distração no canal de streaming da empresa. No entanto, se essa era a grande aposta para a temporada de prêmios do ano, a Disney vai sair de mãos abanando.