No Globo de Ouro de 1965, Julie Andrews subiu ao palco para receber o prêmio por sua interpretação em “Mary Poppins”. Entre os agradecimentos em seu discurso, Jack Warner, executivo da Warner Bros, não passou em branco e arrancou risadas da plateia. Foi uma decisão infeliz de Warner que fez com que a futura dama do Império Britânico dominasse sua primeira temporada de prêmios após trabalhar para Walt Disney em um de seus últimos sucessos.

Andrews se popularizou em território londrino por sua voz de canto invejável e triunfou nos palcos ingleses, originando o papel de Eliza Dolittle no musical “Minha Bela Dama”. Quando o musical atravessou o Atlântico e chegou à Broadway, Julie continuou a interpretar o papel. No entanto, quando Jack Warner adquiriu os direitos de adaptação da peça, o executivo prontamente substituiu Andrews por Audrey Hepburn, acreditando que ter uma desconhecida no protagonismo condenaria o filme.

Desimpedida, Andrews foi convidada por Disney para dar vida a Mary Poppins, uma governanta mágica de uma família londrina.

 

MY FAIR LADY

 

O filme de George Cukor conta a história de uma vendedora de flores humilde cuja vida é transformada quando é colocada sob as asas de um nobre professor que acredita ser capaz de transformá-la em uma dama.

Tratado com toda a pompa e circunstância que um musical desse tamanho merecia, o filme é um espetáculo. Audrey, embora não tenha o mesmo background da personagem que Andrews teria, nos apresenta uma personagem carismática. Apesar disso, sua performance musical foi, em grande parte, dublada pela voz-fantasma Marni Nixon. Isso pode ter sido um fator que contribuiu para a ausência de uma indicação ao Oscar por essa personagem, mas teve pouco impacto no resultado da bilheteria.

Mas o que não faltou para esse filme foram Academy Awards: o longa foi indicado a 12 prêmios e ganhou 8, incluindo “melhor filme”, “melhor diretor” e “melhor ator”.

 

MARY POPPINS

Adaptar o livro de P.L. Travers era um sonho pessoal de Disney, e Andrews foi a escolha ideal para trazer a babá praticamente perfeita à vida.

“Mary Poppins” conta a história da família Banks, que recebe a visita inesperada de uma babá cheia de segredos. Com a ajuda de uma coleção de personagens coloridos e igualmente incomuns, as crianças Banks se reconectam com seu pai viciado em trabalho.

Um musical da Disney ideal, o filme serviu de pontapé inicial para inovações em inúmeros setores técnicos explorados no filme, como a mescla entre animação e live action. As divertidas aventuras de Mary Poppins foram um sucesso imediato de crítica e bilheteria, alçando Julie Andrews ao status de estrela da noite para o dia.

O filme foi indicado a treze estatuetas do Oscar e conquistou cinco; entre elas estavam “melhor atriz”, “melhor canção original” e “melhores efeitos visuais”.

Embora muitos tabloides tenham tentado criar uma indisposição entre Hepburn e Andrews, nunca houve animosidade entre as duas atrizes. Dois musicais muito distintos e, da mesma forma, muito similares, causaram um impacto cultural duradouro e mudaram a forma como cineastas americanos viam musicais.