Um novo assassino, novas regras e um show de brutalidade escancarada, é assim que eu consigo definir Scream VI (Pânico VI no Brasil). Tive o prazer de assistir o filme na pré-estreia com a equipe do Cafeína Colorida e posso dizer: que experiência.

Se vocês leram minha review do quinto filme da franquia ano passado, é evidente que eu saí com um gosto meio amargo achando que faltava algo, porém a continuação entrega algo sublime, um misto de realização pelo desenvolvimento dos personagens e uma passada de bastão genuína para as nossas “twisted sisters” como final girls, além de estabelecer um novo grupo de ouro para a história da saga.

 

Melissa Barrera e Jenna Ortega roubam a cena como as protagonistas, tendo seus conflitos internos e externos explorados de forma dinâmica e com certa profundidade, fazendo jus a frase “show, don’t tell” e permitindo com que o espectador sinta tudo que elas estão sentindo. Todo o enredo se desenrola de forma coesa e fechada, funcionando de maneira extremamente efetiva para a franquia como um todo.

O filme tem as melhores cenas de perseguição e um aspecto completamente inovador, entregando tensão e humor da forma correta, além de uma cena com certa sincronia que arrepia até a alma. Infelizmente não posso dizer que o filme é perfeito, pois mesmo que com as diversas mortes (e coloca diversas nisso, pois a contagem de corpos é extremamente alta para um filme de Scream), um certo personagem em específico teve uma reversão de valores perante ao que foi estabelecido no filme anterior e com isso voltamos a certa nostalgia para os filmes originais que não sei ao certo se deveria existir, pois incomoda em relação ao desenvolvimento da mesma.

Tirando esse pequeno fator, o filme entrega tudo que ele poderia entregar, deixando um final que poderia muito bem significar o fim da franquia ou algo mais grandioso, tendo seu início, meio e fim definidos de forma clara.

Por incrível que pareça, Sidney Prescott aka nossa eterna final girl não fez nenhuma diferença para a trama do sexto filme, permitindo que os novos personagens brilhassem de forma exuberante e exibissem o seu potencial máximo. Existe uma cena extremamente engraçada na qual somos expostos exatamente ao enredo do filme, assim como acontece no quinto, mas de forma extremamente escancarada e bem acurada, sendo uma das cenas mais divertidas da trama.

Tenho a coragem de dizer que o sexto filme está pareado com o quarto no quesito qualidade e meta-linguagem, porém a grande diferença de ambos é que um você precisa descobrir quem são os assassinos e no outro eles são entregues logo de cara como forma de subversão as expectativas, fazendo você duvidar do que está na tela a todo momento mesmo que os diretores estejam gritando “OLHA, FULANO É O ASSASSINO”, criando uma atmosfera extremamente divertida e frenética para o filme.

Wes Craven estaria orgulhoso com os rumos em que a saga está tomando.

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