Depois de dois anos esperando fervorosamente a segunda temporada de The Haunting of Hill House, aqui estamos nós em 2020 com mais uma obra prima que mescla diversos elementos em uma narrativa absolutamente formidável.

Mike Flanagan nos agraciou com essa brilhante e poderosa adaptação de “The Turn of The Screw” do escritor Henry James, criando não só elementos novos para a trama, mas também trabalhando o enredo principal da narrativa de forma única e genuína (diferente de outras adaptações do mesmo que foram lançadas previamente).

Não estamos falando aqui de uma história assustadora que nos arrepia até a alma, estamos falando de uma história de amor que converge com fantasmas do passado. Tudo em volta da trama gira em torno do amor e como ele pode ser distorcido, se transformando em algo vingativo, ou até mesmo sendo usado como superação para os fantasmas do passado que nos assolam e permitindo abrir a porta para seguir em frente.

A atuação perfeitamente esplêndida (quem assistiu a série vai entender a referência) que consegue se desprender dos personagens da primeira temporada a entregar algo novo e cativante é, com certeza, um dos pontos altos da temporada. A junção da carga dramática que os personagens carregam devido aos traumas de suas vidas com os fantasmas que a mansão abriga cria uma atmosfera completamente única.

Reinventar algo já cravado na história é algo muito difícil, porém essa temporada conseguiu fazer isso com uma maestria tão grande e bem amarrada, que eu acho difícil ser superada pelos próximos anos. A história dos fantasmas que habitam a mansão (Rebecca Jessel e Peter Quint sendo os principais, mas posteriormente descobrimos sobre a Dama do Lago e sua origem) ao mesmo tempo que abrange novos significados, também seguem o drama original proposto por Henry James. A evolução de todos os personagens ao enfrentar seus demônios e conseguirem ver um futuro além da escuridão é algo fascinante e muito bem abordado em ambas as temporadas, porém em Bly Manor ela é extremamente mais emocional que Hill House, permitindo que a audiência se conecte com cada um dos personagens devido a estruturação de sua trama.

Não diria que essa temporada consegue superar a anterior, mas se mantém no mesmo patamar que a mesma. São duas temporadas diferentes com dois objetivos diferentes, convergindo na mesma mensagem: o amor é a força mais poderosa que existe.

Assistam The Hauting of Bly Manor, pois vale muito a pena e o final te faz afogar em lágrimas ao mesmo tempo que seu coração é agraciado com um calor inigualável de que estava tudo bem. E só mais uma coisa: if god hates gay people, why we keep winning?

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